A Receita Federal do Brasil anunciou uma importante atualização no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). A partir de julho de 2026, os novos CNPJs passarão a adotar um formato alfanumérico, combinando letras e números em sua estrutura. A medida visa atender à crescente demanda por novos registros, garantindo a continuidade operacional das políticas públicas sem comprometer a estabilidade técnica dos sistemas já existentes.
Esta inovação representa uma transformação relevante na base cadastral das empresas brasileiras e exigirá ajustes nos sistemas contábeis, fiscais e administrativos. Abaixo, você confere todos os detalhes dessa mudança e os cuidados que devem ser adotados para garantir conformidade.
Como será o novo formato do CNPJ?
O novo CNPJ manterá 14 posições, porém com as seguintes alterações:
- 8 primeiras posições: poderão conter letras e números, formando a base alfanumérica do número.
- 4 posições seguintes: continuarão representando a ordem do estabelecimento (matriz ou filial).
- 2 últimas posições: permanecem como dígitos verificadores numéricos.
Esse novo padrão amplia exponencialmente a capacidade de geração de CNPJs, garantindo escalabilidade para as futuras necessidades do ambiente empresarial brasileiro.
Quem será impactado?
✅ Empresas com CNPJ já existente
As empresas que já possuem um CNPJ numérico tradicional não serão afetadas pela mudança. O novo padrão será aplicado exclusivamente às inscrições realizadas a partir de julho de 2026.
✅ Novas empresas
A partir da data de vigência, todas as novas inscrições no CNPJ já virão no formato alfanumérico. Os empreendedores e contadores devem estar atentos para não estranhar a nova estrutura durante o processo de registro.
Adaptação dos sistemas: atenção redobrada
A alteração no formato do CNPJ exigirá atualizações técnicas nos sistemas utilizados por empresas, escritórios contábeis, órgãos públicos, instituições financeiras e marketplaces.
Será necessário revisar e atualizar:
- Validações de cadastro;
- Formulários e layouts de sistemas internos;
- Integrações com ERPs, softwares fiscais e plataformas de emissão de notas fiscais;
- Estrutura de bancos de dados que antes aceitavam apenas números no campo CNPJ.
Transição gradual e sem impactos retroativos
Segundo informações da Receita Federal, a transição para o novo modelo será progressiva e cuidadosamente planejada para evitar impactos negativos. Não haverá mudanças para registros anteriores, nem necessidade de recadastramento.
A medida já está oficialmente documentada por meio da Nota Técnica Conjunta nº 2025.001, de 08/05/2025, e pela Instrução Normativa RFB nº 2.229, de 15/10/2024.
Por que essa mudança é necessária?
O sistema atual, baseado exclusivamente em números, está chegando ao limite de combinações disponíveis, especialmente com a criação massiva de novas empresas e cadastros de filiais.
A introdução de letras na base do CNPJ:
- Evita esgotamento das combinações;
- Garante continuidade do modelo sem reestruturações profundas;
- Permite escalabilidade sem comprometer a segurança e integridade cadastral.
Conclusão
A adoção do CNPJ alfanumérico representa uma evolução natural do sistema de registros empresariais brasileiros. A mudança, que começa a valer em julho de 2026, é estratégica, técnica e essencial para garantir a sustentabilidade da base de dados da Receita Federal.
As empresas e profissionais da área contábil, fiscal e de tecnologia da informação devem iniciar desde já os processos de preparação e adequação de seus sistemas para lidar com essa nova realidade