Trabalhar na área fiscal em tempos de Reforma Tributária é, sem dúvida, uma experiência desafiadora, e a analogia com jogar Tetris em nível hard com peças que mudam no ar e sem manual completo é perfeitamente cabível. A cada nova semana, novas siglas (CBS, IBS, IS, DERE, cClassTrib, etc.), legislações transitórias e informativos são adicionados à pilha de conhecimento que já é vasta e complexa. É um cenário que exige não apenas conhecimento técnico, mas uma capacidade de adaptação e resiliência excepcionais.
Se antes a frase de alívio era “calma, é só um ajuste na legislação”, hoje, a realidade nos impõe um “Espera sair a regulamentação”. Essa espera, no entanto, não significa inatividade. Pelo contrário, é um período de intensa análise, projeção e antecipação.
A Montanha-Russa Fiscal: Entre o Novo e o Antigo
O desafio para o profissional fiscal é duplo. Enquanto se debruçam sobre os detalhes da Reforma Tributária – as novas tabelas de códigos, os informes técnicos, as discussões sobre o Comitê Gestor do IBS –, ainda é preciso acompanhar e aplicar as atualizações do sistema tributário atual. ICMS, PIS, COFINS, IPI, ISS: esses tributos ainda estão em vigor e suas respectivas legislações continuam sendo alteradas, exigindo a mesma dedicação de sempre.
É como ter que aprender uma nova língua enquanto se tenta falar fluentemente a antiga, e ambas as gramáticas estão em constante revisão. Haja dedicação, comprometimento e, acima de tudo, flexibilidade para se manter relevante e eficaz no departamento fiscal.
A Resiliência como Pilar Fundamental
Nesse turbilhão de mudanças, a resiliência se torna uma das características mais valiosas do profissional fiscal. A capacidade de “dançar conforme a música”, mesmo quando o ritmo e a melodia mudam constantemente, é o que define os “sobreviventes do ICMS” – aqueles que já enfrentaram inúmeras alterações legislativas e se adaptaram a elas.
Não é para qualquer um se manter firme em meio a um cenário de tanta incerteza e volatilidade. É preciso foco para absorver o novo conhecimento, força para implementar as mudanças e fé na própria capacidade de superação. A Reforma Tributária é um divisor de águas e, apesar dos desafios, ela também representa uma oportunidade de crescimento e especialização para aqueles que se dedicam a dominá-la.
O sistema pode mudar, mas a nossa capacidade de nos adaptar em meio ao caos é o nosso maior trunfo. Foco, força e fé, colegas!